
O Complexo Hospitalar Zona Norte (CHZN), que abrange o Hospital Delphina Aziz e a UPA Campos Salles, unidades 100% SUS vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), com gestão do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), realizou quarta-feira (20/09), um ciclo de palestras em alusão a “Campanha Setembro Verde” com o objetivo de conscientizar a sociedade quanto a importância da doação de órgãos e, consequentemente, o aumento da captação no estado do Amazonas.

Dr. José Branco, fundador e diretor executivo do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP) e diretor técnico do INDSH, fez a abertura do evento falando sobre o impacto dos transplantes no Amazonas.
“Agora o Amazonas tem um programa de transplante e temos conseguido cumprir rapidamente a proposta do procedimento no estado. Nosso objetivo é trazer mais complexidades porque o Delphina tem estrutura para isso e uma equipe de colaboradores engajada”, destacou.
O nefrologista Leon Alvim Soares, iniciou a palestra falando sobre a ordem e critérios da fila de transplante, que é a mesma para quem se trata no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na rede privada.
“Existem critérios técnicos que são avaliados pela equipe multifuncional que tornam o processo seguro e justo ressaltando os princípios do SUS. A equipe avalia, por exemplo, o tipo sanguíneo, o peso e principalmente a gravidade da situação de saúde do paciente”, esclareceu.

O Secretário Executivo Adjunto de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES), Luan Gabriel Pedrosa, esteve presente e ressaltou o compromisso do estado em contribuir para o aumento do número de transplantes.
“O secretário Anoar Samad e o governador Wilson Lima não estão medindo esforços para facilitar os processos e ampliar as doações no Estado. A SES, juntamente com o Delphina, vem desenvolvendo estratégias para isso. Inclusive, estamos desenhando uma linha de cuidados para que, possivelmente, em 2024, também iniciemos os transplantes de fígado na unidade”, declarou.
O evento contou com a participação especial do coordenador da Central de Transplante do Amazonas, Dr. Marcos Lins e de representantes da Associação dos transplantados e renais crônicos das amazonas (APRA), Associação ATLOM e da Associação Amazonense de Assistência a Mucovicedose (AAM).

Tabata Nepumuceno, presidente da Associação de Pré e Pós Transplantados Portadores de Doenças Crônicas e Hepáticas do Amazonas falou sobre o impacto dos transplantes realizados no estado.
“Sou uma das grandes incentivadoras dessa campanha porque em 2015 fui a primeira mulher do Amazonas a ser transplantada dentro do próprio estado e tenho muito orgulho disso”, declarou.
Para a presidente da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Delphina Aziz, Dra. Márcia Amorim, falar com a família enlutada é uma situação que requer cuidado.
“Quando a gente fala de CIHDOTT a gente fala da vertente do doador falecido. Mencionar a doação nesse momento de dor é muito delicado, mas a melhor forma de fazer isso é demonstrar empatia e com compaixão” reforçou.
Durante a cerimônia pacientes transplantados na unidade compartilharam depoimentos sobre suas experiências. Emocionada, dona Sezarina Oliveira, que doou o rim para o esposo Adison Oliveira, agradeceu à toda equipe assistencial.
“Somos do interior do estado e foi um alívio ter conseguido fazer a cirurgia no Delphina, sem precisar ser transferidos para outro estado. O atendimento psicológico oferecido aqui fez muita diferença porque estávamos fragilizados, com medo… e eles nos incentivaram. Os médicos foram anjos, nos sentimos bem cuidados. Eu e meu esposo só temos a agradecer”. Adison Oliveira completou “Se hoje estou aqui, vivo e com saúde, é por causa dos esforços que vocês fazem”.

O diretor operacional Norte/Centro-Oeste do INDSH, Dr. Luiz Gasparini, reforçou a importância do tema da campanha. “É uma campanha que visa não só a conscientização, mas a sensibilização sobre o assunto. Optar por ser um doador de órgãos é um ato de generosidade que permite que pessoas em condições de saúde crítica ou em estágio terminal tenham uma segunda chance”, destacou diretor.

Atualmente, mais de 50 mil pessoas no brasil aguardam na fila de transplante. São Paulo é a cidade que lidera a fila de espera, com cerca de 30 mil pessoas.
Fotos: ASCOM/CHZN