Documento proporciona atendimento personalizado, facilita a comunicação entre a equipe multidisciplinar e o gerenciamento de leitos

Um dos grandes desafios enfrentados nos hospitais da rede pública de saúde é estabelecer um plano terapêutico sistematizado aos pacientes internados. Na contramão dessa estatística, o Hospital Delphina Aziz, que integra o Complexo Hospitalar Zona Norte (CHZN), e que tem como principal objetivo oferecer atendimento humanizado focado na segurança do paciente, conseguiu implantar essa importante ferramenta de comunicação na unidade.
O Plano Terapêutico é um documento elaborado pela equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas), que proporciona ao paciente atendimento personalizado para obtenção de melhores resultados no tratamento em menos tempo. Sua implantação no Hospital Delphina foi um dos requisitos exigidos durante o processo de certificação ONA, que atesta o compromisso da instituição com a segurança do paciente e a conformidade de seus processos organizacionais com normas internacionais.
Administrada pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), e vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES/AM), a unidade, 100% SUS, tornou-se pioneira no estado, como a única da rede pública a adotar esse tipo de planejamento.

A Dra. Irina Jerez, gerente médica das UTIs CHZN/INDSH, destaca que o plano terapêutico bem estruturado garante que o paciente receba o tratamento adequado às suas necessidades médicas.
“Esse plano é desenvolvido teoricamente com base nas condições do paciente no momento da internação. Em até 24 horas após sua admissão, a equipe se reúne para analisar individualmente cada caso, propor o tratamento e estabelecer metas de recuperação. Além disso, o plano é revisado sempre que houver mudanças no quadro clínico do paciente, ou quando não for possível atingir as metas inicialmente estabelecidas”, explica Dra. Irina.
“Até então, essa metodologia era adotada no Amazonas apenas em unidades particulares. Saber que um hospital do SUS, administrado por uma Organização Social (OS), inseriu esse sistema é uma grande conquista, principalmente porque foi alcançada através de processos de melhorias. E sabe-se que quanto mais sistematizado for esse processo, há menos probabilidade de eventos adversos”, pontua O diretor operacional norte/oeste e centro-oeste do INDSH, Dr. Gasprini.

O diretor executivo do CHZN, Anderson Barros, enfatiza que adotar esse planejamento não apenas melhora o cuidado e a segurança do paciente, mas também promove a eficiência operacional e a colaboração entre os profissionais de saúde.
”com um plano terapêutico bem definido, os recursos do hospital, como medicamentos e equipamentos, podem ser utilizados de forma mais eficiente, reduzindo desperdícios e custos desnecessários. Com essa implantação, tivemos ganho na qualidade do atendimento e nos indicadores hospitalares, uma vez que, ao diminuir a permanência do paciente no ambiente hospitalar, a disponibilidade de leitos aumenta”, reforça Anderson.
O diretor técnico do CHZN, Leandro Moura, reforça que através da colaboração entre profissionais de saúde e do envolvimento ativo dos pacientes, pode-se personalizar e ajustar as intervenções médicas para atender às necessidades individuais.
“Isso não só melhora os resultados clínicos, mas também promove a participação ativa do paciente em seu próprio cuidado, resultando em uma experiência de tratamento mais eficaz e satisfatória”.
Atualmente, o Hospital Delphina Aziz está em fase de mensuração do cumprimento das metas do plano terapêutico. O objetivo é calcular quantas foram alcançadas dentro do prazo estipulado pela equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação é adota apenas por hospitais de renome, como o Albert Einstein e Sírio Libanês.
Texto: Karina Garcia
Fotos: ASCOM/CHZN